sábado, 14 de abril de 2018

Protagonismo infantil: como é isso na prática?


Muito se fala sobre o protagonismo infantil e cada vez mais o discurso das escolas propagam que as crianças são protagonistas, porém podem existir algumas confusões: escolher é diferente de ter vez e voz. Então como seria considerar a criança como protagonista das suas aprendizagens?

Em primeiro lugar precisamos rever a concepção de criança para depois compreendermos como o protagonismo infantil acontece. Essa concepção vê a criança potente, capaz, criativa, rica nas suas iniciativas e no seu próprio processo de aprendizagem.

Então para começar leia esse artigo sobre concepção de criança e infância para complementar essa reflexão:




Quando o educador passa a considerar essa perspectiva da criança protagonista de sua aprendizagem, essa visão modifica as formas de relação com elas e de planejamento das propostas. A criança vê o educador como um parceiro mais experiente, atencioso, que caminha com ela e investe em suas ideias. A relação que se estabelece é de respeito, reconhecimento, vínculo e muita satisfação.

O educador planeja para e com as crianças. Essa maneira de planejar interliga os conteúdos curriculares, as escolhas do educador e o interesse (os questionamentos) das crianças, tornando a aprendizagem significativa para todos os envolvidos: ora o educador é protagonista, ora a criança. Tanto o educador, quanto a criança, assumem uma postura mais investigativa: pesquisam e aprendem juntos. Essa prática colabora muito para formação do educador e coloca-o em movimento na situação de aprendizagem.


O protagonismo infantil norteia as ações do planejamento que o educador elabora a cada semana, para que esse conceito seja de fato contemplado, outras perspectivas devem ser levadas em conta: a escuta, a observação, o registro, o espaço e o ambiente, as diversas linguagens, a investigação, as relações, o ensino aprendizagem como processo subjetivo e grupal, a avaliação e a formação profissional.[1]


O educador que atua nessa perspectiva, precisa estar atento e aberto as crianças: as falas, as maneiras singulares de dizer e as necessidades. É uma escuta sensível. É o alimento para seu planejamento que dessa forma torna-se interessante e significativo; e passa a ser construído por todos os envolvidos, não mais programado e centralizado no educador e sim projetado com as crianças e as famílias. Essa projeção emerge do cotidiano, das experiências que as crianças são convidadas a participar ou descobrem por elas mesmas e também do que compartilham com os educadores. 

Dentro de alguns dias voltarei a essa reflexão devido a próxima publicação sobre a abordagem de Reggio Emilia e as cem linguagens das crianças.


[1] Fonte: Disponível em < http://www.estudosdacrianca.com.br/resources/anais/1/1405620534_ARQUIVO_protagonismoeparticipacao.rtf.pdf >. Acesso em 11 abr. 2015.

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