quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

INTERVALO, RECREIO, PARQUE: HORA DE SE DIVERTIR!


Conceito de recreio[i]

“Com origem no termo latino recreatio, a palavra recreio define a ação e o efeito de recrear. Por conseguinte, pode referir-se ao ato de
criar ou de produzir algo de novo. Também se refere ao divertimento, prazer ou deleite como forma de distração relativamente ao trabalho e às obrigações do dia-a-dia.
O recreio é, portanto o uso do tempo que se considera como um ‘refresco’ terapêutico do corpo e da mente. O recreio implica uma participação ativa por parte do sujeito, ao contrário do ócio que envolve, por norma, o
descanso ou outra forma de entretenimento mais descontraída.
Os especialistas afirmam que a
diversão é importante para manter um equilíbrio entre os deveres e a saúde física e mental. Entre as atividades recreativas mais tradicionais, podem ser mencionadas aquelas que se realizam ao ar livre.”




O recreio...

Quem não se lembra da felicidade de ouvir o sinal bater?

É um momento muito esperado pelos pequenos e quando chove se o espaço é aberto, logo se mostram tristes.

Alguns tomam o lanche rapidamente ou até escondem parte dele para sobrar mais tempo de brincadeira.

O recreio é a hora predileta da rotina: compartilhar, inventar, correr perigos, ter um grande espaço com diferentes possibilidades e desafios, interagir com outras crianças, reencontrar colegas e professoras. Meninos e meninas brincam juntos e separados, tem repertórios e jeitos diversos de brincar, mas um ponto em comum é a capacidade de transpor a imaginação para o real: o jogo simbólico.

Brincando a criança produz sua cultura lúdica
[ii]:

“...o repertório de suas brincadeiras, incluindo os brinquedos, suas histórias, fantasias e traquinagens criadas, aprendidas, repassadas, adaptadas e transformadas entre as mais velhas e as mais novas, entre os meninos e as meninas, num determinado lugar, num determinado contexto histórico-social.”

Observando os alunos é perceptível o tempo de cada um ou de cada brincadeira, o quanto entrar e saem delas, trocam, reinventam, aceitam nova propostas, ritmos etc.

O recreio pode ter diferentes sentidos: brincar, provocar, descansar, ler, observar, conversar, jogar futebol, reencontrar amigos de outra salas, irmãos, primos etc.

É possível observar como as crianças gostam de reinventar este espaço, modificá-lo e dar novo sentido.

Os professores e auxiliares acompanham os pequenos nessa hora para garantir que as interações e conflitos sejam adequados – evitando situações desagradáveis e acidentes. O educador também observa seu grupo e como se da à relação entre eles: quem já resolve os conflitos com autonomia e quem precisa de ajuda. Também pode propor novos desafios e combinar algo com as crianças antecipadamente etc.

Nesse tempo os professores também passam a conhecer melhor seus alunos, perceber suas preferências, seus medos, como se relacionam, se respeitam os outros adultos etc.

Em uma entrevista para Revista Nova Escola, a especialista em Psicologia da Educação Catarina Iavelberg nos revela que
[iii]:

“Muitas vezes, é só no pátio que se percebe a atuação de um líder ou o isolamento de um aluno. A investigação das áreas ocupadas e das vazias também traz informações importantes.”

Os adultos fazem um rodízio para descansar, tomar lanche e assim as crianças também interagem com outros professores.

O espaço deve possibilitar liberdade e criatividade. Há propostas livres com pouca intervenção do professor e momentos em que há necessidade de propor algo mais dirigido.


Recriar o recreio?

O recreio tem um espaço e um uso bem diferente dos outros espaços da escola e é um momento privilegiado para o brincar.

E como tem sido o recreio? Brincadeiras livres ou direcionadas? Já falei um pouco sobre esse tema em outro artigo chamado “Brincar do quê? Para brincar ou aprender?” publicado em outubro de 2012, seria interessante realizar a leitura antes de continuar esta:
http://culturainfantilearte.blogspot.com.br/2012/10/brincar-do-que-para-brincar-ou-aprender.html

Como as crianças veem este recreio: um espaço totalmente livre para fazer o que quiser? O recreio determina quais serão as escolhas ou elas são realmente livres?

Em cada escola o recreio possibilita diversas oportunidades a depender do espaço - que é determinante (tamanho, coberto, aberto, cimentado, grama, terra, areia, plantas), do tempo, da faixa etária, das relações interpessoais, de materiais oferecidos etc.

Se não há alternativas interessantes as crianças procuram brincadeiras com vivências corporais ou arrumam algo para fazer normalmente fugindo das regras.

Segundo a psicóloga Rosely Sayão
[iv]:

“...agem assim, talvez, porque não sabem o que fazer com esse período livre. Porque não sabem brincar, compartilhar um espaço. Agem assim, principalmente, porque ninguém as ensina que pode ser diferente.Criança tem energia e precisa gastá-la. Pode ser correndo, sim, mas pode ser de outras maneiras. Hoje, consideramos que criança precisa correr, gritar, pular. Não precisa. Aliás, fica mais agitada quando assim se comporta.(...) Muitas têm. Essas sabem o que é preciso: oferecer propostas, tutelar a convivência entre os alunos, mesmo à distância, e determinar locais para os que querem ficar tranquilos e para os que querem brincar com mais liberdade são alguns exemplos (...)" 


O recreio é importante para que as crianças escolham seus colegas e as atividades que desejam fazer. É
 um espaço de formação que envolve aprendizagens diferentes da sala de aula, um espaço em que muitos conflitos acontecem e é um espaço de liberdade também. É um momento da rotina fundamental para a adaptação e a interação entre as crianças e a escola, além de possibilitar observações sobre como se mostram: integradas ou isoladas, respeitosas ou agressivas, livres ou oprimidas, entusiasmadas ou medrosas, alegres ou desanimadas.

Planejando algumas propostas, o professor intervém para que as crianças avancem nos repertórios de brincadeiras, nos conflitos, nas relações e aprendizagens no que se refere a como e do que brincar. Nessas propostas livres e planejadas elas aprendem a brincar, descobrindo um novo mundo. O adulto interage e ajuda os que estão se arriscando pouco a conhecer o ambiente, dá ideias etc. As crianças precisam se apropriar do espaço, é preciso pensar na organização e na intencionalidade. Devemos considerar a escola como um espaço de relação, como um educador.

Para que possa intervir no brincar de seus alunos, o educador precisa, em primeiro lugar, reconhecer nas brincadeiras e jogos um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre diferentes aspectos do meio social e cultural em que as crianças vivem. É necessário também que ele veja a criança como um sujeito ativo e criador no seu processo de construção de conhecimento[v].

O professor pode mediar esse espaço do brincar ao ensinar maneiras seguras de subir em locais perigosos, montar ambientes que possibilitem o jogo simbólico, fornecer materiais (capas, espadas de jornal, kit escritório, tecidos, kit cozinha, bolas, barbantes, caixas de papelão etc) para incrementar os jogos e propor desafios motores pelo parque (cones de trânsito, bancos para saltar, colchões, cordas, pneus etc) dentre várias opções. Outros materiais também podem ser usados: mesa de pingue-pongue, mesa de pebolim, tabela de basquete, jogos de tabuleiro, jogos de cartas, boliche de garrafas PET, jogo de dama com tampinhas de garrafa e outros brinquedos que eles mesmos podem fazer de sucata, revistinhas em quadrinhos etc.

Dessa forma este horário tão esperado pode se tornar mais atraente e prazeroso.

Fátima Schenini
[vi] comenta em seu artigo do MEC:
“Desde que o aluno não seja obrigado ou dirigido para a atividade. Qualquer possibilidade que o aluno tenha de exercitar sua criatividade, de demonstrar suas potencialidades e de vivenciar o convívio com o outro é positiva, desde que seja por opção, as crianças sempre tinham uma saída criativa. Muitas vezes as pedras, as folhas de árvores e até os pilares do pátio eram usados como elementos nas brincadeira. Colaborar muito para que essa vivência seja lúdica e criativa. Sem esquecer, é claro, que o não fazer deve ser uma das escolhas possíveis.”
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*Todos os direitos autorais das imagens e texto reservados para Marcela Chanan. É proibida sua cópia sem autorização prévia. O compartilhamento da publicação na íntegra diretamente do blog (link e via redes sociais) é livre.

Bibliografia

· VILA, Centro de estudos da Escola da. Movimentos e Brincadeiras. Grupo de formação de professores de 3 a 6 anos. 2005.

·
http://www.intermeio.ufms.br/revistas/32/32%20Artigo_06.pdf

·
http://conceito.de/recreio

· Brincar: Um baú de possibilidades
http://www.pelodireitodesercrianca.com.br/Biblioteca

·
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/orientador-educacional/hora-recreio-licoes-intervalo-relacionamento-relacoes-pessoais-539212.shtml

·
http://culturadobrincar.redezero.org/o-recreio-e-a-culpabilizacao-do-movimento/

·
http://www.univates.br/files/files/univates/editora/livros/recreio-escolar.pdf

·
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1810201122.htm

·
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=1005

·
http://educador.brasilescola.com/orientacoes/recreio-organizado.htm

· A importância do recreio
http://pt.scribd.com/doc/52055483/As-caracteristicas-do-recreio-escolar-e-os-comportamentos-agressivos-das-criancas

[i] http://conceito.de/recreio[ii] http://www.intermeio.ufms.br/revistas/32/32%20Artigo_06.pdf[iii] http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/orientador-educacional/hora-recreio-licoes-intervalo-relacionamento-relacoes-pessoais-539212.shtml

[iv] http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1810201122.htm

[v] VILA, Centro de estudos da Escola da. Movimentos e Brincadeiras. Grupo de formação de professores de 3 a 6 anos. 2005.[vi] http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=1005

domingo, 4 de novembro de 2012

RODA DE BIBLIOTECA na Educação Infantil e 1º ano.


As crianças têm acesso a empréstimos de livros na biblioteca semanalmente. A professora seleciona os livros previamente para apresentá-los ou os alunos têm livre opção de escolha.
O grupo é responsável pela organização do espaço utilizado e também no cuidado em colocar sua carteirinha e guardar o livro na caixa de empréstimos. Em algumas escolas anota-se o número do tombo e ainda em outras o empréstimo é informatizado.
Quem não traz o livro para a troca no dia, pode escolher o que gostaria de levar e o livro fica separado na classe.
Desde pequeninas as crianças sao incentivadas a cuidar dos livros: não amassar, não riscar, cuidar do local onde será colocado o livro, não jogar, não pisar em cima, não colocar na boca etc.
Este artigo traz um resumo sobre como podem acontecer as rodas de biblioteca focando na diversidade de encaminhamentos, pela necessidade de abordar vários aspectos do processo leitor. 

Objetivos gerais[i]
  • Ampliar o repertório literário
  • Interagir com livro de maneira prazerosa reconhecendo-o como fonte de múltiplas informações e entretenimento
  • Compartilhar experiências leitoras
  • Confrontar interpretações
  • Estabelecer relações com outros textos
 Objetivos específicos[ii]

  • Ampliar os conhecimentos acerca de um determinado autor, utilizando-os como critério de seleção na escolha dos livros a serem retirados e enriquecendo as possibilidades de antecipações e interpretações;
  • Ampliar os conhecimentos acerca de um determinado gênero, utilizando-os como critério de seleção na escolha dos livros a serem retirados e enriquecendo as possibilidades de antecipações e interpretações;
  • Conhecer diferentes ilustradores e ilustrações, compartilhando o efeito que uma ilustração produz, confrontando interpretações e considerando tais conhecimentos na seleção de livros;
  • Conhecer diferentes coleções, ampliando os conhecimentos acerca das características deste tipo de publicação e utilizando-os como critério de seleção na escolha dos livros a serem retirados.
 Tarefas do professor[iii]

  • Intervir no sentido de possibilitar que os alunos relacionem seus conhecimentos prévios com as informações que a leitura traz, apurando cada vez mais as previsões que realizam acerca de textos;
  • Dar oportunidades para que digam o que sabem e evidenciar as diferenças de interpretação;
  • Tornar observável a diversidade textual, vinculando texto e contexto: o que dizem e como dizem os diferentes gêneros textuais;
  • Atuar como modelo que amplia o repertorio argumentativo dos alunos, expondo seus próprios critérios e gostos como leitor experiente: realizando comentários pessoais sobre o que considera relevante num texto, explicitando seus critérios de escolha, lendo um trecho que aprecia e esclarecendo o motivo da escolha;
  • Garantir e promover a discussão dos “direitos imprescindíveis do leitor”: o direito de pular páginas, de não terminar o livro, de reler, de ler uma frase aqui e outra ali, de ler em voz alta, de calar.
 Intervenções

  • Explicitar para as crianças que cada um deve comentar, á sua maneira, mas não se trata de recontar a história.
  • Mediar os comentários quando necessário, atuar como modelo: “é um livro de medo, engraçado, triste...”, “fala sobre bichos, família, amizade...”, “quem de nossa sala gostaria de levar? Ou para quem você indicaria?...”
  • Pedir  para uma criança ajudar a outra que não está conseguindo falar sobre a história que levou: “quem mais já levou este livro e se lembra de algo interessante para comentar?”
  • Solicitar que tentem comentar um pouco sobre a narrativa sem se apoiar no livro, deixando-o fechado. Isso ajuda a não contar a história textualmente.
     Conteúdos

  • Atitudinais: ouvir e respeitar os comentários dos colegas, usufruir da leitura, desenvolver progressivamente a expressão oral, observar as diferentes maneiras de comentar as mesmas histórias.
  • Procedimentais: cuidar dos livros, responsabilizar-se com a ajuda dos pais, por algo que é de uso coletivo, escolher autonomamente algo para ler em casa.
  • Conceituais: conhecer os livros de diversos gêneros, ilustrações distintas, autores diferentes  etc. Saber o nome de alguns autores, títulos e/ou editoras.
     Algumas possibilidades de roda:
Conversar sobre os critérios para escolha dos livros – cada criança pode falar o seu;
Apreciar ilustrações – diferentes ilustradores, estilos, materiais utilizados, sintonia entre texto e    desenho;
  Apreciar autores – conhecer novos autores, modo de escrever de tal autor;
  Apreciar determinado gênero literário – roda de poesia, de histórias de medo, com bichos,de princesas, com repetições, coleções, contos de fadas, lendas, fábulas, cordel etc.

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[i] Fonte: VILA, Centro de estudos da escola da. Momentos de prazer, apreciação e construção de conhecimentos sobre a Língua.
[ii] Fonte: VILA, Centro de estudos da escola da. Momentos de prazer, apreciação e construção de conhecimentos sobre a Língua.
 [iii]Fonte: VILA, Centro de estudos da escola da. Momentos de prazer, apreciação e construção de conhecimentos sobre a Língua.

domingo, 14 de outubro de 2012

QUE TAL ARGILA?


A modelagem com argila faz parte do trabalho na área de artes. Modelar é um procedimento referente a produção tridimensional. O foco do trabalho com as crianças, inicialmente, é a aprendizagem de procedimentos de modelagem, depois momentos de experimentação, tentativas de representar o que se desejam e uso dos procedimentos aprendidos com autonomia, nas suas produções livres. Também se pode trabalhar com figura humana, animais, monstros, objetos diversos etc.

Sentir a umidade, reconhecer que o material gruda um pouco na mão e se acostumar com essa sensação são vivências importantes: achatar, apertar, amaciar, alisar, enrolar, fazer bolas grandes e pequenas. Trabalhar com os dedos separadamente descobrindo as possibilidades de cada um deles no contato com o material. Também aprendem procedimentos para secagem, emendas, pintura e como deixá-la brilhante ou fosca.

A sequência apresentada é um recorte do trabalho realizado na Educação Infantil, utilizando a criatividade pode-se criar muitas propostas interessantes.

Objetivos:
  • Explorar estes movimentos (amassar, alisar, enrolar, fazer bolas grandes e pequenas, dar socos, empurrar, esticar, torcer;
  •  Administrar diferentes quantidades nas mãos;
  • Sentir umidade, observar que ela seca e fica dura, sentir e conversar sobre as características físicas do material;
  •  Aprender o tempo de secagem da argila;
  • O controle das mãos, a grossura das cobrinhas para não quebrar, os diferentes tamanhos, puxar para dar forma, alisar, etc.
ATIVIDADES

Exploração da argila: cada um modela "famílias" de bolinhas e cobrinhas e pensa em um nome para elas. Em outro momento, pintá-las toda de branco para depois serem pintadas com as cores escolhidas.


Amaciar e aprender a modelar uma placa: ensinar as crianças que quando recebem a argila podem brincar e amassá-la como se fosse massinha, assim ficará macia e mais fácil de manejar, depois devem formar uma grande bola e arremessá-la em cima da mesa. A placa já estará pronta! Agora é só colocar os objetos, podem ser botões, canudos, miçangas, contas etc.


Gravura com placa de argila: novamente modelar uma placa cuidando para que não fique excessivamente fina, depois desenhar utilizando palitos de churrasco, de dente e de sorvete. Feito isso deixe-as secar, no outro dia passar tinta preta e carimbar em uma folha A4 de sulfite e assim conseguirão identificar seu desenho carimbado no papel.

Modelagem de frutas: realizar uma apreciação com frutas de verdade, de brinquedo ou imagens na internet e possibilitar que as crianças observem bem as características de cada uma. Nessa atividade espero que utilizem as aprendizagens até aqui conhecidas. 
É importante considerar a facilidade ou dificuldade de se modelar determinada fruta e assim cada um escolher a sua. Durante a modelagem a professora vai observando e pontuando o processo das crianças para que considerem os aspectos básicos de cada fruta. Depois de seca, pintar com tinta branca para que ao aplicar as cores, as mesmas se tornem mais vivas; outra etapa são os detalhes com tinta preta e marron: pintas, sementes etc. E por último passar uma camada de cola branca para que fique mais resistente e com brilho.


Modelagem livre com palitos


Modelagem de vasos: apreciar imagens de diversas formas de vasos, modelar um para que as crianças visualizem como podem começar e o que precisam considerar se querem mais gordinho, mais magrinho, lonho, baixo etc. Ao final decorar com cacos de azulejo, fixar com a argila ainda mole e depois se  algum soltar, colar com cola branca.

Modelagem de bustos: cada criança modela o seu e a professora, como modelo, também. Mostrar e contar aos alunos o que é um busto. 

O primeiro passo é fazer a marca de onde será o pescoço e depois ir modelando a cabeça. Feito isso puxar o nariz com as pontas dos dedos, fazer os olhos com a ajuda de palitos ou bolinhas de argila e riscar a boca com palitos ou deixar para fazer com tinta. A orelha é opcional, os cílios e a sobrancelha são pintadas depois. 
Segundo passo é com a argila já seca. Pintar de branco, secar e depois pintar da cor da pele. Nesse caso eu apenas aproximei as crianças dessa ideia para identificarmos a diversidade de cores de pele na sala de aula, e foi muito curioso, elas mesmas o tempo todo foram nomeando qual é igual a qual, quem é mais claro ou mais escuro... Por fim, escolher a cor da lã e colar nas cabeças.



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terça-feira, 2 de outubro de 2012

BRINCAR DO QUÊ? PARA BRINCAR OU APRENDER?


“A brincadeira ajuda a construir a imaginação da criança, junto com vários elementos de outras culturas, por meio de um processo de aprendizado que permita comunicação, tomar decisões, compreensão de regras, expressão linguística e socialização.”

Na escola as crianças têm diversas oportunidades de brincar:

Na chegada...
Com os brinquedos de casa...
Na brinquedoteca...
No recreio...
No pátio...
Na quadra...
Livremente...

...enfim, brincam de diversas maneiras! Na educação infantil o tempo para o brincar tem eixo central.

O jogo simbólico está intensamente presente no cotidiano. A diversão fica cheia de imaginação, criatividade, mistérios, descobertas e encantamento. 

Nessas brincadeiras a representação do mundo adulto e de personagens animados ganha um destaque especial. As crianças recriam essas experiências brincando de casinha, cinema, teatro, dentista, médico, veterinário, mercado, escolinha etc. E passam a atuar como se realmente fossem determinadas pessoas: se subordinam as regras, imitam, mudam a voz e o corpo.

Já as brincadeiras tradicionais acontecem nos espaços abertos e/ou recreio: brincadeiras com bola, com as mãos, com os pés, de roda; pega-pega, esconde-esconde, corda, amarelinha, elástico etc. Com o passar do tempo essa rica cultura infantil tem se perdido: os pequenos têm acesso direto a tecnologia (vídeo games, ipads, ipod etc), as famílias se deparam com o consumismo infantil e o espaço de natureza na escola cada vez mais desaparece. Mesmo  asssim alguns alunos procuram as plantas que existem no espaço para criarem mandalas e composições com elementos da natureza e outros quando oferecemos sucata nas aulas de artes, criam seus próprios brinquedos sem que tenhamos falado como fazer ou o que poderiam fazer, essa necessidade dos pequenos vem à tona espontaneamente.

Agora assista estes vídeos: http://aiue.com.br/video/40889334 e http://youtu.be/NtX-lOAdvRM, depois entre neste site http://pelodireitodesercrianca.com.br/Biblioteca e com a barra de rolagem desça a tela até o fim e no subtítulo "Pesquisas" clique em Criança e Natureza, abra o arquivo e leia.








As crianças precisam brincar na escola por simplesmente brincar, elas necessitam movimentar o corpo: pular, fazer gestos, correr etc. É importante cuidar para que as propostas não sejam apenas direcionadas, com os objetivos do que aprenderão. Brincar é extremamente importante na infância não porque há objetivos pedagógicos, mas por se tratar de crianças pequenas, é uma necessidade física, psíquica e relacional.

Pense no parquinho da escola antigamente como era desafiador: gangorra, trepa-trepa, escorregador, gira-gira, balanços diversos, tanques de areia, natureza etc. Pense um pouco na sua infância, do que você brincava? Como eram esses momentos de brincadeira? Quem brincava com você?

Retome sua infância, com certeza trará boas lembranças e muitas brincadeiras de rua e terra. Machucados, interação com diferentes idades, às vezes apenas observávamos porque o irmão mais velho não deixa brincar, existiam brincadeiras de menino e de menina etc. E o repertório? Passávamos horas envolvidos, a melhor parte do dia era chegar da escola e sair na rua ou na terra para brincar: subir em árvores, entrar em contato com animais, inventar e construir brinquedos etc.

No Brasil, a mesma brincadeira em cada região pode ter um nome diferente ou uma variação de regra e em outros países segue a mesma observação. Como diz minha professora Lucilene Silva “O brincar é universal, o mundo todo brinca da mesma coisa”.


Nos momentos de brincadeira o papel do professor é realizar intervenções que apoiem as crianças colocarem em prática suas ideias proporcionando um material, por exemplo, e na resolução de conflitos que aparecem. Garantir materiais abertos para criações diversas e ospossibilidades de espaços que podem utilizar, além de também apresentar novas brincadeiras tradicionais.

Outro viés dessa reflexão partiu de um seminário internacional que participei onde a argentina Ana Malajovich fala sobre o brincar: 


“As crianças, ao se encontrarem com outras crianças e com os docentes, terão a oportunidade de ampliar suas capacidades de se comunicar, de brincar com os outros, de desenvolver a confiança em si mesmas e nos demais, de respeitar e valorizar as pessoas reconhecendo-se em suas semelhanças e diferenças, de ampliar sua curiosidade, suas possibilidades de exploração do ambiente, de fazer perguntas e encontrar respostas acerca de sua realidade, de estabelecer novas relações, de descobrir que pode se expressar usando não só movimentos, mas também palavras, imagens plásticas ou produções sonoras. Essas aprendizagens, para a maioria das crianças, hoje, só podem ser adquiridas na Educação Infantil.”[2]


A brincadeira e o jogo têm sido muito utilizados como meio educativo, como se os conteúdos devessem ser ensinados e organizados dessa forma na educação infantil: de uma forma lúdica e que as crianças se divirtam ao mesmo tempo. Sendo que o brincar não é para ser usado, ele é o meio, a forma como as crianças aprendem e se relacionam com o mundo. 

A palavra jogo pode ser interpretada como brincadeira livre, brincadeira espontânea ou jogo dirigido, uma estratégia de ensino (bingo, por exemplo). Nestes três âmbitos o jogo dirigido é sempre mais valorizado do que a brincadeira livre, a espontânea então é vista como bagunça fora de hora.

É esperado claro que haja na escola o tempo dedicado ao ensino e aprendizagem de determinados conteúdos, mas eles não precisam ser trabalhados sempre através do jogo e/ou do brincar. A crianças aprende o tempo todo.

Segundo MALAJOVICH
[3] a brincadeira deve ser considerada com seriedade pelos profissionais da educação:

“(...) a brincadeira como atividade específica, que supõe compromisso, intenção dos que participam, risco, aventura, possibilidade de exploração e de fracasso, sem graves consequências, deve encontrar na dinâmica cotidiana tempos e espaços próprios de desenvolvimento, e um docente observador dessa brincadeira, que determine como e quando intervir para enriquecer as possibilidades lúdicas dos pequenos. Entretanto, defender a presença da brincadeira não deve supor que basta fazer com que eles brinquem.”

A brincadeira é ensinada de geração para geração, é um conhecimento construído socialmente, são produtos culturais que se adquirem com a interação com outros parceiros mais experientes.

O professor deve assegurar que seus alunos desfrutem da brincadeira na infância, lutem por isso nas suas escolas e apliquem cotidianamente, traga novos saberes que agreguem aos pequenos, que não fiquem apenas no repertório deles e sim enriqueça esses momentos.


Dicas:

www.territoriodobrincar.com.br

www.mapadobrincar.com.br

http://www.escolaoficinaludica.com.br/brincadeiras/index.htm

http://www.caleido.com.br/publicaccedilotildees.html

http://arteivancruz.blogspot.com.br/

http://pt.scribd.com/doc/7284403/Brincadeiras-Rua

http://pelodireitodesercrianca.com.br/Biblioteca


Cd Pandalelê

Cd Abre a Roda Tin dô lê lê

Cd Bela Alice

Livro com Cd Brinquedos Cantados Ed Callis

Livro Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil

Livro Brincadeiras para crianças de todo o mundo

Livro A arte de brincar Ed Vozes
[1] Fonte: Brincadeiras para crianças de todo o mundo (pág. 9)[2] Texto: Jogar ou aprender: as duas caras da mesma moeda?[3]Texto: Jogar ou aprender: as duas caras da mesma moeda?

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

POESIA PARA OS PEQUENOS...



“Poesia é a descoberta das coisas que eu nunca vi”. 
Oswald de Andrade 


Você já se perguntou: "Qual a diferença entre poema e poesia?". 
Basicamente a poesia emociona, sensibiliza e toca por meio da linguagem. Já o poema é a forma do texto composto por verso e estrofe. Mas considere, nem todo poema é poesia! 

Que tal incluir a leitura de um texto poético na roda de história? 

As crianças poderão se aproximar de um novo texto literário, ampliar seu repertório e complementar sua formação leitora. E nas salas de alfabetização, os poemas também contribuem na observação de aspectos da linguagem escrita. 

De forma lúdica este gênero encanta e diverte: brinca com as palavras, oferece rimas, temas interessantes e adequados às idades. É importante que o professor seja criterioso na escolha dos livros; uma dica é começar pelos autores Lalau e Laurabeatriz: os textos fazem sucesso com os pequeninos! 

A partir do contato com a poesia as crianças brincam com as palavras, as sonoridades, os ritmos e aos poucos podem perceber as diferenças entre cantar, recitar e falar. 

Até os alunos que falam pouco podem se arriscar a conversar sobre o assunto da poesia que se interessaram, muitas vezes pedem para que leiamos novamente as preferidas. 

Pode-se aos poucos apresentar novos poemas e poesias, começando pelas mais fáceis de memorizar. Também é importante manter uma biblioteca da sala de aula com os livros apresentados, para que sejam manuseados. E não se esqueça de apresentar o título, autor e editora! Outras fontes revelam novas formas poéticas: livro com cd de áudio ("Ou isto ou aquilo" de Cecília Meireles) e músicas em que a letra é de um poema, por exemplo "As Borboletas" de Vinicius de Moraes interpretada por Adriana Partimpim. 

Este trabalho tem como objetivo desenvolver a oralidade, ampliar o universo cultural - já trabalhei até com Haicai - e o interesse pela leitura. Também garante um contato inicial com o gênero, que ajudará a criança futuramente na vida escolar. 

Pode-se apenas incluir essas leituras na roda de história ou elaborar projetos: recital, livros confeccionados pelos alunos etc. 

Na minha primeira postagem “Literatura Oral na roda de história do 1º ano”; comento sobre a importância da roda de história na formação do leitor contribuindo para as escolhas do professor; caso não tenha acessado, é interessante que se leia. 



terça-feira, 21 de agosto de 2012

OFICINA DE PERCURSO CRIADOR: vivenciar, alimentar e cultivar.


“Sabemos que uma criança absorvida num desenho ou em outra atividade criativa qualquer é uma criança feliz. Sabemos, pela simples experiência diária, que auto-expressão é auto-desenvolvimento. Por essa razão é nosso dever reivindicar uma grande parcela do tempo da criança para atividades artísticas (...)”( Read, 1986)










Como funciona essa oficina?1


A oficina de percurso acontece a cada 15 dias. É um momento reservado para a criação autônoma e pode durar 40 minutos a uma hora.

O espaço utilizado pode ser a sala de aula ou o ateliê – o que não impede de ser planejada em outro espaço, organizada de modo que a proposta seja realizada com espontaneidade. As crianças precisam saber onde estão todos os materiais (que podem ficar dispostos em cadeiras ao redor das mesas encostadas nas paredes, em outras mesas ou mesmo no chão) podem trabalhar em pé ao redor das mesas ou no chão para facilitar a circulação: a troca de materiais, a observação das produções dos colegas e a troca de experiências. Enquanto produzem algumas crianças silenciam, outras conversam e até cantam se houver música.

Um dos focos do trabalho é a autonomia: a escolha do que irá fazer e dos materiais. Assim, cada criança desenvolve seu percurso criador pessoal.

Conforme o tempo da oficina, é possível fazer mais de uma produção, é preciso considerar um determinado espaço para secar os trabalhos. Um segundo foco dessa proposta está em explorar e aprofundar as possibilidades dos diversos materiais, para isso o combinado é que mesclem no mínimo duas das linguagens oferecidas.

Para que construam um percurso próprio, as crianças trabalham somente com materiais e procedimentos que já manejam com autonomia: giz, lápis de cor, caneta hidrocor e de retroprojetor, guache, anilina, diferentes suportes (papéis), pincéis, cola, fita crepe, barbante, pequenos objetos tridimensionais para colagem e outros. Além das linguagens da arte, também considero os materiais não estruturados. 

A oficina é um momento propício a criação: descoberta de possibilidades, de associações, combinações, reorganizações e reinvenções. Portanto, devem dominar bem as linguagens e os materiais para que possam transgredir e reapresentá-los com sua marca individual.

As aprendizagens são exclusivas dessa forma de produzir, de pesquisar.

Durante todas as propostas de artes enfatizo que é preciso respeitar o jeito de cada um se expressar, assim como é preciso acatar os procedimentos diários como cuidar dos materiais que usam e ajudar a organizar o espaço, lavar os pincéis, não sujar o uniforme (mesmo com a camiseta de artes), colocar sua produção para secar e cuidar das demais.

Ao planejar considerar...

- A organização do espaço 
- Frequência das oficinas (quinzenal ou semanal)
- Tempo de duração 
- Organização do espaço 
- Apreciação dos trabalhos (fazer uma roda)
- Escolher modalidades que as crianças dominam
- Escolha dos materiais

Sugestões em relação aos materiais:

Meios: carvão, lápis grafite, lápis de cor, lápis aquarelável, giz de cera, giz pastel seco e oleoso, giz para tecido, caneta para tecido, hidrocor grossa e fina, anilina, guache, tinta acrílica, guache com farinha, anilina com cola, giz de lousa seco e molhado, cola e areia, areia colorida, serragem colorida, caneta retroprojetor, caneta futura, tintas caseiras, corantes naturais, aquarela, terra, nanquim, sagu, carga de hidrocor, caneta esferográfica colorida, lã, cola relevo etc.
Suportes: sulfite, cartolina, color set, papel cartão, papel de presente, papel espelho, camurça, papel de seda, craft, jornal, revistas, partituras e folhas de livros velhas, talagarça, plástico bolha, acetato, plástico com 4 furos para pasta, crepon, papelão, caixas, tecido estampado, tecido cru, cartolina espelhada, papel vegetal, celofane, lumi paper, bloco criativo, canson, lixa, E.V.A, etiquetas, bandeja de isopor, saco de pão, feltro, forminha de papel para doces, papel reciclado, papel ondulado etc. Também é importante oferecer diversas formas e tamanhos.
Ferramentas: pincel chato, trincha, pincel comum redondo, brocha, vassourinhas, rodo, escovas de todos os tipos, rolinho pequeno, esponjas, buchas, pincel para nanquim, pena, cotonete, retroprojetor, tesoura, palitos, esteca, palitos etc.
Elementos de ligação: cola em bastão, cola líquida, fita crepe grossa e fina, durex, cola quente, fios, barbante, fita de cetim, fitas de presente, canudo etc.
Podem-se incluir elementos da natureza: pedras, folhas, corantes naturais, sementes, galhos etc.


Outras considerações importantes...


O contato regular com a diversidade de materiais favorece o conhecimento mais profundo de cada um deles e permite a criança concentrar-se em sua ação e não apenas com o que fazer.

No processo de aprendizagem em Artes Visuais, a criança traça um percurso de criação e construção individual, que envolve escolhas, experiências pessoais, aprendizagens, relação com a natureza, motivação interna e/ou externa.

O percurso individual pode ser, significativamente, enriquecido pela ação educativa intencional, porém, a criação artística é um ato exclusivo da criança.2

Cada uma cria seu caminho para construir conhecimentos em arte. As mediações do educador, incentivam as crianças e mantêm a criatividade: 


  • se errar, o desafio é transformar o erro em outra coisa, já que procuro não oferecer a borracha.
  • ao me mostrarem suas produções, comento sobre as cores, as linhas, o espaço, as marcas, os detalhes e peço para que me contem o que desenharam, algumas vezes me respondem “nada!” e digo “Ah, então você estava testando os movimentos, as cores e a caneta? e respondem "Não quis desenhar, só experimentar!” e se mostram satisfeitos por eu ter apreciado o resultado do trabalho, mesmo que não contenha uma representação da realidade. Reprimir a criança, dizendo-lhe que ela não desenhou nada ou que são rabiscos, pode bloquear ou romper o desenvolvimento de sua criatividade. Dizer apenas que está lindo não diz nada, repito que o conceito de bonito e feio é diferente para cada ser humano. 
  • e nada de perfeccionismo, as crianças bagunçam e sujam o espaço, é assim o processo, a não ser que queira que elas te agradem o tempo todo e produzam sem sentido.


O professor, não precisa se omitir durante a oficina de percurso com receio de bloquear a produção. Deve dialogar com as crianças, perguntar suas intenções, como pensou nesse ou naquele trabalho, colocar novos desafios, mostrar aspectos recorrentes em diferentes trabalhos tornando a marca pessoal observável e cada vez mais consciente.

É importante que o professor se planeje para acompanhar todos da turma mais de perto, observando como cada um trabalha, qual é seu estilo, a modalidade que mais procura trabalhar, em que precisa de maior apoio... Por isso é importante saber a hora de intervir para não queimar ou excluir etapas.3

A proposta não determina o percurso criador, ao contrário, alimenta-o e colocam novas questões e desafios para que ele se transforme. Uma boa proposta é aquela que revela mais a individualidade e as características de cada criança, suas diferenças e peculiaridades.

Na criação, as crianças demonstram muita ludicidade: brincam, jogam, inventam, narram, conversam, trocam etc.

Na oficina a proposta é livre, o objetivo é que as crianças tenham um momento de criação a partir de seu próprio repertório e da utilização dos elementos da linguagem que trabalhamos em sala.

Para oficinas com crianças de 2 e 3 anos coloque as modalidades progressivamente, mas no mínimo comece com 2, até que eles manipulem os materiais com autonomia. O importante é que eles estejam participando e se familiarizando com esta nova proposta de arte.

Cuidado com o tipo de música escolhida, pois pode agitar muito as crianças. O gostoso é que se mantenham no embalo da canção e o grupo trabalhe.

Pensar e conversar sobre como cada produtor de arte tem suas ideias, qual o ponto de partida para se fazer um trabalho, se é pelo tema ou o assunto, partindo do que quer fazer ou é escolhendo e mexendo no material que surgem as ideias é revelador do fato de que não existe um único caminho nos processos de criação. Assim, as crianças podem identificar e comparar seu jeito pessoal de produzir com o de outros e também se inspirar ou experimentar um ou outro ponto de partida, ajudando aquelas crianças que na oficina de percurso têm dificuldade de começar um trabalho alegando: ‘Não tenho ideia!’.4

Apreciação


Neste momento o professor elege alguns trabalhos de acordo com o objetivo pré-estabelecido e pensa boas perguntas para o grupo.

Sugestões 5:


• conversar sobre as possibilidades de combinação de modalidades e mistura de materiais, ou seja, o caráter experimental da atividade;
• debater sobre o tempo de realização de cada trabalho, enquanto em uma oficina alguns alunos realizam mais de um trabalho, outros podem levar algumas aulas para finalização, o que precisa ser reconhecido entre os alunos como marca pessoal;
• conversar coletiva sobre o processo de cada um, como tiveram a ideia do trabalho, mudanças no percurso;
• selecionar um trabalho de cada modalidade, de alguns alunos, para debater sobre as suas características, os materiais utilizados, outras possibilidades;
• selecionar alguns trabalhos na mesma modalidade, de diferentes alunos, para observar semelhanças e diferenças, e trocar possibilidades dentro da mesma modalidade;
• selecionar vários trabalhos do mesmo aluno para observar marcas pessoais.


A apreciação ajuda o aluno a falar sobre o que fez, sobre como pensou em usar os materiais, explicar suas escolhas etc.

Avaliação

Pode ser realizada mensalmente. O professor observa a cada aula e conhece melhor sobre o percurso de cada um, assim pode fazer intervenções significativas para cada aluno, por exemplo, sugerir novos materiais se percebe que usa sempre os mesmos etc.


Bibliografia


Disponível no site revistaescola.abril.com/arte/fundamentos/oficina-de-percurso-426096.shtml acesso em 19/8/2012.

VILA, Centro de Estudos da Escola da. Para saber mais: Oficina de Percurso, 2005. 
MEC, SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Volume 3, Brasília: 1999.

Para saber mais sobre criatividade...


• Arte e conhecimento: ver, imaginar, criar – Jacob Bronowski
• Arte e ciência da criatividade – George Knerller

• Desenvolvimento da capacidade criadora – Viktor Lowenfeld
• Imaginação e arte na infância – Vygotsky
• Psicologia da criatividade – Maria helena Novaes
• Criatividade e processos de criação – Fayga Ostrower
• A educação criadora nas artes – Robert Saunders
• A redenção do robô: meu encontro com a educação através da arte – Herbert Read

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*Todos os direitos autorais das imagens e texto reservados para Marcela Chanan. É proibida sua cópia sem autorização prévia. O compartilhamento da publicação na íntegra diretamente do blog (link e via redes sociais) é livre.

[1] A oficina de percurso que apresento neste artigo se refere ao modo como eu trabalho. Cada professora organiza como desejar.

[2] Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil.

[3] e [4] VILA, Centro de Estudos da Escola da. Para saber mais: Oficina de Percurso, 2005.

[5] Disponível no site revistaescola.abril.com/arte/fundamentos/oficina-de-percurso-426096.shtml acesso em 19/8/2012.