O cotidiano na escola
é complexo e desafiador. Estabelecer uma rotina e lidar com ela podem ser
tarefas bastante exigentes para os educadores, que se veem às voltas com
dúvidas e dilemas. A definição das atividades, o tempo, o espaço, o registro, a
avaliação, são alguns aspectos que devem ser levados em consideração neste
contexto, mas nem sempre há muita clareza de como abordá-los e em que momentos
abordá-los.[1]
O planejamento
semanal, o qual chamo de semanário, prevê o que e como promover as aprendizagens, os objetivos e as
propostas com flexibilidade, de forma com que as crianças realmente aprendam e
seja uma aprendizagem significativa. Também tem o papel de tornar o trabalho
organizado, colaborar com a gestão do cotidiano na sala de aula e a
distribuição das áreas de conhecimento na rotina.
O semanário colabora
com a preparação dos recursos necessários e ajuda a visualizar as
possibilidades; organiza o tempo e o espaço, além de prever os momentos de
observação e registros, seja fotográfico ou escrito.
Essa organização da
ação educativa é uma prévia ao ensino, permitindo tornar consciente para o
professor toda a intencionalidade de cada proposta. É preciso clareza em
relação ao que se deseja que as crianças aprendam. Esse planejar supõe um
exercício de reflexão, de conseguir antecipar as dificuldades de cada criança, considerando
a diversidade entre elas, e fazer as mediações e intervenções necessárias,
adaptando-se as necessidades de cada uma. Segundo as autoras BASSEDAS,
HUGUET E SOLÉ (1999, p. 113) o planejamento implica “uma reflexão sobre o que se pretende, sobre como se faz e como se
avalia”.
Os aspectos
organizacionais e de planejamento são essenciais para garantir um trabalho de
qualidade. Essas tomadas de decisões são importantes para saber o que se
sucederá em sala de aula, são questões dinâmicas que nos proporciona reavaliar
a prática a partir dos tempos, espaços, materiais, propostas e encaminhamentos
do que tem acertado ou errado.
O planejamento é antecipação do que será
posto em sala de aula, considerando que podem acontecer situações inusitadas e
como o professor pode aproveitar esse fato interessante que se colocou.
Se o objetivo do planejamento é garantir o
desenvolvimento das capacidades das crianças baseado em conteúdos que fazem
parte de um documento curricular, é indispensável fazê-lo e garantir a
coerência entre o que se pretende e o que de fato se sucede
(BASSEDAS, HUGUET E SOLÉ, 1999, p. 113).
Esse planejamento semanal é uma estratégia, um recurso,
uma ferramenta do professor para elaborar suas aulas com flexibilidade em
relação a possibilidades de escolhas que podem afetar o que havia sido
planejado e tudo bem. Algumas situações inusitadas aparecem e é possível
aproveitar aquele momento ou inserir no próximo planejamento.
A gestão de sala de aula é fundamental para que o
professor dê conta de colocar em prática o que planejou, ter a capacidade de se
antecipar e lidar com imprevistos: falta de tempo, aluno atrasado, conflitos,
falta de compreensão etc. Segundo Rosaura Soligo em uma reportagem na revista
Nova Escola “Ter uma boa gestão da sala de aula ajuda a contornar problemas
desse tipo. O professor tem de dar conta do previsto, lidar com o inesperado e
administrar a rotina para que todos aprendam”.
[2]
Não é uma tarefa simples. Exige do professor organização,
dedicação, estudo, registro, troca com a equipe pedagógica e reflexão; exige a
consciência da importância dessa tarefa e assim a partir da experiência de sua
própria prática e da capacidade de se antecipar, esse fazer se torna cada vez mais aprimorado.
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[1]
Pátio Educação Infantil – Desafios do cotidiano pedagógico – Ano II No 4 –
Abril/Julho 2004.
[2]
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/gestao-sala-aula-voce-seguro-classe-713785.shtml