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Grupo Yellow Training - Sesc Santos 5 e 6-10-2018 |
Quando participo de um curso, na maior parte das vezes, penso primeiro no repertório e nas ideias que podem contribuir com a minha prática e dialogar com a minha realidade. Criar coisas novas, ampliar conhecimento. E tudo bem, mas é muito gostoso e significativo quando a aprendizagem passa pelo corpo e nos afeta de maneira integral.
Conheci o projeto Segni Mossi há uns 4 anos por meio de um vídeo, desde então acompanho o trabalho do artista Alessandro Lumare e da coreógrafa Simona Lobefaro. Achei as propostas diferentes do que conhecia, me mobilizaram muito, adoro essa quebra de paradigmas em relação ao ensino das artes, que elas podem e devem se integrar, possibilitando vivências mais abertas, criativas e ricas em expressões singulares.
Em uma das formações que ministro em Campinas, fiz um pega-pega desenho inspirada em uma proposta do projeto. Foi muito legal! Os educadores da primeira infância adoraram!
Se você ainda não conhece esse projeto, explore e delicie-se!
- Site
https://www.segnimossi.net/en/videos.html
https://www.facebook.com/segnimossi
- Facebook com experiências inspiradas no projeto
https://www.facebook.com/segnimossiinspired
Ter a oportunidade de participar desse treinamento foi algo muito especial, além de ter contato com Alessandro Lumare e aprender diretamente com ele. O grupo que se formou e as relações que nasceram ali com a alegria e a essência de cada um também foi emocionante. Estávamos em 30 pessoas de várias áreas e com histórias diversas.
O primeiro dia começou conhecendo as referências que inspiram as práticas do projeto.
Para mim foi quase que imediato observar e identificar a relação do projeto com os artistas apresentados, enquanto Alessandro contava sobre cada um deles. Porém, perguntas rondavam meus pensamentos...Mas porque essas escolhas? Como conduzir?
Penso que fica um tanto vazio oferecer uma proposta em diálogo com Segni Mossi sem entender como acontece. Quais as orientações, o planejamento e a organização da proposta?
Acredito que esse seja um ponto central: entender o processo para fluir a proposta com sentido. Sem ser uma cópia ou uma receita ou mesmo fazer apenas porque é legal, moda.
Feita essa apresentação as atividades começaram e passamos horas trabalhando com o corpo, o desenho, a ludicidade, a relação com pessoas que não conhecíamos...Entre diversão, descobertas, sorrisos e muita expressão fomos conhecendo uns aos outros. Brincamos, parecíamos crianças, houve essa busca de reconexão.
Um pouco de frio na barriga na hora que chegava minha vez, se mostrar/ se colocar para o grupo. Faz tempo que não trabalhava o corpo assim e me lembrei da formação no Instituto Brincante em SP, o quanto aquilo que me fazia bem e me tirava da minha zona de conforto, me ensinava mais sobre meu corpo e reativava o mesmo, e novamente entrei em contato comigo mesma.
Em outros momentos também me veio algumas vivências com jogos teatrais na qual tive no Macunaíma, era muito tímida e retomava naquele momento um pouquinho dessa timidez refletida no corpo.
Ao mesmo tempo me sentia livre, meu corpo se sentia bem, esquecia que estava entre outras pessoas e se jogava, outras vezes me preocupava com o contrário.
O tempo passou rápido, me diverti demais, foi muito prazeroso. Mais um dia de treino e havia pensado "Uau! Está sendo tão incrível essa experiência, entender os processos e os porquês, mas senti falta de saber um pouco sobre cada pessoa". E assim foi quando entrei na sala e começamos o segundo dia: uma roda bem grandona, alguns minutos para cada um e uma avalanche de informações valiosas. Pessoas com histórias fascinantes, caminhos tão diferentes e ao mesmo tempo que se cruzavam com outras histórias ali apresentadas. Parece que nos encantamos mais ainda enquanto grupo.
Movimentar o corpo, imaginar novas ações, linhas e desenhos no espaço, fazer escolhas, interagir, se afetar, ser afeto, tocar, olhar, se expressar, alterar comportamentos, resistir, ser continente, são tantas coisas ao mesmo tempo. Vários desafios!
Muita exploração, experimentação e descobertas! Muita observação, cooperação, criatividade e desapego. Sim, desconstrução e resignificação do movimento, da dança, do desenho, das relações, do corpo, das propostas.
Nosso corpo é muito perfeito, nele está a expressão de todas as linguagens! Está as sensações, as emoções, as memórias...nossa essência e o impacto que as relações nos causam.
No nosso corpo está nossa história!
Agora pretendo multiplicar os saberes e oferecer oficinas com crianças e adultos. Também pretendo compartilhar no blog meus diálogos com o projeto Segni Mossi.
Quem tiver interesse entra em contato comigo ;)
Marcela
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