domingo, 15 de outubro de 2017

INDICAÇÃO DE LEITURA: especial mês dos professores



Autora: Maria da Graça Souza Horn
Editora: Penso

Conheci o trabalho dessa autora por meio do livro "Sabores, Cores, Sons e Aromas - A organização de espaços na educação infantil" da editora Artmed. Na época me ajudou muito a repensar os espaços que oferecia as crianças. 

Dessa vez, Horn volta com esse tema, mas focando no brincar e na interação entre as crianças, considerando as orientações  das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil em relação  a organização dos espaços e dos materiais, ao protagonismo e aos espaços internos e externos das instituições. O trabalho com a autonomia, o mobiliário específico para a faixa etária (0 a 5) e contato com a natureza fazem parte dessa proposta.

Um livro essencial, que incentiva a transformação, desperta a reflexão, sugere melhorias e oferece uma base teórica consistente que pode nortear as escolhas pedagógicas. Se as crianças aprendem o tempo todo com tudo que está ao seu redor, o espaço tem um papel fundamental como terceiro educador.

É uma leitura gostosa que flui sem a gente perceber. As imagens ilustrativas complementam o texto e auxiliam o melhor entendimento dos materiais, equipamentos e móveis.

Com certeza depois dessa leitura você vai olhar diferente para os espaços da escola e se questionar, não será mais o mesmo!

Boas descobertas!


Autora: Stela Barbieri
Editora: Blucher

Esse livro faz parte de uma coleção chamada InterAções. Gosto bastante da forma com a autora expande nosso olhar, para além das práticas na escola, para a vida. Esse título fez parte da bibliografia da minha pesquisa de monografia sobre arte e primeiríssima infância.

A obra nos questiona, faz retomarmos memórias, reativarmos nossa sensibilidade, refletirmos sobre como vemos a arte na infância, como nos relacionamos com a arte nas nossas vidas, como é a nossa prática na escola, etc. Se a arte está na vida, está em tudo, ficam algumas perguntas:

Será que a arte contemporânea pode ajudar a entender? 
Qual é o papel do professor? 
O que deve ser contemplado no ensino da arte? 
O que é experiência? 
O que é estética? 
Como acontece o processo de criação? 
As crianças se relacionam com os espaços, os materiais, a natureza, o corpo, como tudo isso se relaciona com a arte?

Achei a leitura muito enriquecedora, abre janelas, ilumina o olhar, confirma concepções e nos faz avaliarmos a própria prática: para onde queremos ir e como podemos. As páginas são cercadas de relatos, citações, referências, imagens, conceitos e provocações.

Boa transformação!


Organizadora: Judit Falk
Editora: Omnisciência

Fiquei muito feliz quando a tradução desse título ficou pronta. A Rede Pikler Brasil se dedicou muito para essa concretização; fiz parte da Rede, mas não consegui acompanhar o grupo. É uma alegria ter essa contribuição!

Meu primeiro contato com a abordagem foi aqui em São Paulo, depois em Paris e em Buenos Aires. Atualmente realizo formação de professores em diálogo com os princípios piklerianos e sempre indico essa leitura para o grupo de participantes.

A abordagem Pikler é muito singular e focada no desenvolvimento infantil de 0 a 3 anos. Como foi criada em outro contexto, é importante considerar a cultura de cada país. É uma inspiração que nos faz olhar para os bebês e crianças pequenas de forma mais sensível, são princípios que podem nortear a nossa prática até o termino da educação infantil.

O livro conta com seis temas esclarecedores sobre como é o trabalho nessa abordagem em relação as atividades dirigidas, a autonomia e/ou a dependência, o desenvolvimento lento ou diferente, os cuidados corporais e a relação adulto/criança. 

Temos pouco material traduzido para o Português, então aproveitem a leitura.

Bom diálogo! 


Autora: Jussara Hoffmann
Editora: Mediação

Esse tema sempre aparece durante os processos de formação de professores. Muitas das reclamações são porque o docente acaba se sentindo preso em olhar o que a criança sabe ou não sabe, consegue ou não consegue, pois mesmo com as observações diárias algumas aprendizagens não são contempladas, outro aspecto é a produção de relatórios muito extensos. Cada escola avalia à sua maneira, com diferentes técnicas e instrumentos avaliativos. Então, diante desse fato:

O que é avaliar? Por que avaliar?
O que envolve o processo avaliativo?
O que é uma concepção mediadora de avaliação?
Qual é o papel do professor?
Como desenvolver um olhar mais sensível e reflexivo sobre a ação pedagógica?
Qual é o melhor instrumento de avaliação?

São essas e outras questões como observação, registro, mediação, diálogo, reflexão, planejamento e currículo, dentre  ações subjacentes que estão articuladas nesse livro como orientação e precisamos estudar para que a avaliação não seja um processo descolado da prática cotidiana e se torne meramente uma tarefa a cumprir.

A avaliação é fundamental para o desenvolvimento de cada criança e para o professor repensar sua prática, promovendo a formação do mesmo.

Bom encontro!

Organizadoras: Marcia Aparecida Gobbi e Maria Letícia Barros Pedroso Nascimento
Editora: Junqueira & Marin


Cultura, diversidade e educação são temas que me encantam! Precisam de muito estudo e reflexão, de serem incluídos urgentemente na prática pedagógica. 

Nessa obra podemos conhecer melhor a perspectiva de um campo chamado Estudos Sociais da Infância. Essa seleção de textos é fruto de pesquisas e ensaios apresentados em um seminário, que revelam práticas e reflexões nos convidando a um olhar mais apurado em relação a essa temática. Está dividido em três partes: infância, diversidade cultural e formação docente.

A escola é um espaço privilegiado para tratar desses assuntos, as crianças estão em relação com o outro e suas diferenças o tempo todo. Aproveitar o conhecimento e a cultura das famílias e dos funcionários, pode enriquecer muito o trabalho. É importante envolver a todos.

A sociedade tem discutido e levantado muitas questões sobre racismo, preconceito, feminismo, machismo, gênero, sexualidade, religião, formação familiar, arte e muitos outros aspectos, que estão sendo tratados com violência, discriminação e censura. A  formação docente gera a evolução das competências do professor, mas no caso dessas temáticas o autoconhecimento se faz igualmente necessário. Ser capaz de lidar com essas situações na escola e garantir ser um adulto de referência ética na vida dessas crianças, não é uma tarefa simples.

Boa reflexão!